Publicado quinta, 20 de agosto de 2020
O IV Seminário dos Queijos Artesanais de Minas Gerais já tem data marcada. Nos dias 25, 26 e 27 de agosto a mais importante iguaria da gastronomia mineira volta a ser o centro das atenções em um evento que vai reunir produtores, técnicos, estudantes, profissionais da gastronomia e demais empreendedores da cadeia que envolve o produto. A inscrição pode ser feita clicando aqui.
O evento, que neste ano será promovido de forma virtual, é uma iniciativa do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa); da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae-MG) e contará com palestras de especialistas no segmento. Nas abordagens estarão temas como as perspectivas para o queijo artesanal mineiro durante e pós-pandemia de Covid-19, os processos regulatórios na produção, as tendências para alimentos artesanais; além de cooperativismo e mercado.
Uma das participações de destaque é a do chef de cozinha Léo Paixão, que fará a palestra de abertura, com o tema “Conceito e macrotendências de alimentos artesanais na gastronomia”, no painel batizado de “O novo normal”.
O superintendente de Abastecimento e Cooperativismo da Seapa, Gilson de Assis Sales, explica que o objetivo do seminário é trazer a público informações técnicas e científicas.
“Vamos auxiliar os técnicos a exercerem sua função, com a atualização de procedimentos. Do ponto de vista científico, teremos o que há de mais atual nas pesquisas mundiais sobre o tema. E considerando que o queijo não é apenas um produto, mas tem interface com a gastronomia, com o turismo e com o desenvolvimento econômico local, teremos uma grande diversificação de assuntos”, destaca.
Sales reforça que a edição virtual do seminário traz o conceito do novo normal que, nesse contexto, pode ser compreendido como uma forma inédita de vivenciar os queijos artesanais em tempos de pandemia. “Temos buscado formas de auxiliar os produtores e o cenário está exigindo do setor uma nova mentalidade”, acrescenta.
Patrimônio
Os queijos artesanais tornaram um símbolo tão importante, na representação da tradição e da cultura de Minas Gerais, que tiveram o modo de produção reconhecidos como patrimônio imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado de Minas Gerais (Iepha).
Hoje, em todo estado, há pelo menos 13 regiões de queijos artesanais reconhecidas. Se forem levados em consideração os produtos feitos a partir do leite cru de cabras e ovelhas, assim como outros tipos produzidos em ambiente subterrâneo, com a presença de fungos e outros ingredientes, que ainda precisam de regulamentação, o número certamente será bem maior.
Para representantes de entidades envolvidas com o segmento, o seminário é fundamental para fomentar o diálogo entre os atores que compõem toda a cadeia de produção e comercialização dos queijos artesanais.
“Eventos como este ajudam a debater a importância econômica, social e cultural dos queijos artesanais mineiros. Além disso, orientam os produtores a enfrentar problemas ocasionados pela pandemia, como a redução da oferta em logística, da produção e do fluxo turístico nas regiões produtoras, além do aumento dos custos com o transporte. Neste contexto, o Sebrae Minas tem trabalhado em ações para fortalecer o segmento, com a finalidade de alcançar maior competitividade mesmo em tempos de coronavírus”, explica o analista de Agronegócios do Sebrae Minas Ricardo Boscaro.
Para o superintendente técnico do Sistema Faemg, Altino Rodrigues Neto, a legislação e a sanidade devem ser os pontos fortes das discussões esperadas para o Seminário. “São processos em evolução e que precisam de definições adequadas para os produtos artesanais. As novas formas de comercialização de queijos também prometem bons debates. Teremos um conteúdo rico e as informações chegarão ainda mais longe enquanto esperamos pela possibilidade de voltar a promover o festival presencial”, avalia.
Decreto
A Lei nº 23.157/2018, que dispõe sobre a produção e a comercialização dos queijos artesanais no estado, foi regulamentada pelo governador Romeu Zema nesta quarta-feira (19/8), por meio do Decreto 48.024/2020. A medida é um divisor de águas para o setor, uma vez que contribui para tornar o ambiente de negócios mais favorável a cerca de 30 mil produtores de queijos artesanais e empreendedores rurais mineiros.
Antes do decreto, somente o Queijo Minas Artesanal – típico de regiões como Canastra, Araxá, Cerrado, Serra do Salitre, Campo das Vertentes, Serro e Triângulo – tinha embasamento legal para ser produzido em Minas. A partir de agora, outras variedades poderão ser reconhecidas e regularizadas.