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GUAXUPEANOS QUE VENCERAM A COVID-19 FALAM DA DOENÇA: “NÃO DESEJO A NINGUÉM”

Publicado quarta, 03 de fevereiro de 2021





Os sintomas podem ser variados, assim como a evolução do vírus no organismo humano. Sequelas também têm sido relatadas por várias pessoas que venceram o coronavírus. Nessa entrevista, o CORREIO SUDOESTE ouviu guaxupeanos que contraíram a doença e que veem na vacina a única forma de proteger a população mundial e voltarmos a ter uma vida normal.

Antônio*, 57 anos , comerciante. Com desconforto estomacal, tontura, nariz entupido, garganta arranhando, febre foi diagnosticado com coronavírus. “Eu tinha certeza que meu resultado seria positivo, minha reação foi tranquila e da família também. A fase mais difícil foi quando comecei a sentir dificuldades de respirar, tive forte arritmia, falta de ar e precisei receber oxigênio”, lembra o comerciante, que continuou: “fiquei com sequela. Como o covid foi muito agressivo, atacou minha musculatura, principalmente o tendão calcâneo, causando uma tendinite que estou tratando”.

Já recuperado, ele afirma que irá tomar a vacina não só para sua proteção mas também para proteger aqueles que ama e toda a comunidade: “mesmo tomando todas as precauções , álcool em gel , distanciamento, máscara , eu peguei essa porcaria de vírus. Então minha  mensagem é de esperança  em dias melhores, devemos olhar todos os seres humanos com mais amor , com mais respeito , com empatia , porque a vida é um sopro. Num instante ela se vai.  Eu peço a Deus, Jesus e a Maria Santíssima que proteja e abençoe a todos”.

 

MEDO

Depois de seis meses de ter se curado do coronavírus, a guaxupeana Maria*, 49 anos, gerente, trata as sequelas deixadas pelo vírus: “sinto um pouco de fadiga e cansaço. Faço acompanhamento mensal com minha medica particular”.

Ela conta que ninguém do ambiente familiar ou do trabalho contraiu o vírus: talvez eu tenha pego no mercado, no banco, em alguma loja, porque ninguém da minha convivência diária pegou.

De inicio, os sintomas foram dores pelo corpo, garganta irritada e diarreia. Como sofre de lúpus, procurou atendimento imediato. “Fiquei com muito medo. Minha família ficou em isolamento total por 24 dias. Eu fiquei em isolamento sozinha o tempo todo, no meu quarto, sem contato com meu marido e filhos”.       

Maria* lembra que os sintomas iniciais foram horríveis e teve muito medo da doença evoluir, já que faz parte do grupo de risco. “Tive que tomar antibióticos por dez dias e meu medo era a doença agravar.  Além do físico, afeta e muito o emocional. Porque é uma doença que não tem tratamento, só alguns paliativos para os sintomas. A doença não tem um padrão de evolução. Pode ser assintomático, pode ser leve, pode ser severo e pode ser fatal. Então não dá garantias para ninguém”.

Como a grande maioria, Maria * vai tomar a vacina assim que for disponibilizada e deixa um recado:

“a vacina é nossa única possibilidade hoje para retornarmos a nossa vida de uma forma mais consciente e mais humana. O Brasil sempre foi referência em vacinas, a Anvisa é uma entidade muito séria. Então não devemos ter medo. E precisamos deixar de politizar a questão da vacina. Pois não é uma questão de partido...e sim de vida. E claro, devemos continuar com o distanciamento social e usar máscara”, finaliza.

NÃO É GRIPEZINHA

Uma moradora de 35 anos da Vila Rica conta os piores momentos que passou: “ no começo tive falta de paladar e olfato, uma dor de garganta chatinha. Procurei o Postinho Aviação onde fui muito bem atendida e alguns dias depois fiz o exame que confirmou a Covid-19. Tive medo e preocupação, mas me apeguei a Deus.

Já na última semana da quarentena tive uma dor de cabeça forte, muito vômito e fiquei desidratada. Precisei ficar internada na Santa Casa no isolamento, um lugar muito triste e que não desejo para ninguém.

Graças a Deus não fiquei com sequelas e se eu tiver a oportunidade de tomar a vacina, com certeza tomarei.  Mesmo que sua eficácia seja 50% não quero e não desejo que ninguém pegue o vírus nunca mais.

O coronavírus não é apenas uma gripezinha como muitos falaram. É difícil demais. Se cuidem. Vocês não têm a noção como ele age.  

Que Deus ilumine todas as pessoas do mundo, que essa vacina ajude a todos nós e tenham fé que dias melhores virão.

PRECONCEITO

Duas pessoas entrevistas disseram que após terem contraído o vírus foram tratadas como ‘leprosos’ até mesmo pelos familiares.

Com 60 anos, uma moradora da Vila Campanha, disse que após passar por uma atendimento pelo convênio particular e ter o diagnóstico de dengue, procurou o atendimento público com febre alta, dor no corpo e indisposição. O exame confirmou a suspeita: Covid-19.

Ao saber do resultado teve medo, a família ficou apreensiva e a tratou como um ‘leproso’. “Cheguei a pensar que ia morrer e o pior foi o tratamento com indiferença, com preconceito”, desabafou.

A moradora diz que não irá tomar a vacina pois já teve a doença e possui anticorpos. (Nota da Redação: Ainda não está claro para médicos e cientistas se um indivíduo cria imunidade após contrair o novo coronavírus.)

Joana*, 35 anos, moradora no Parque dos Municípios I, também falou do preconceito que sofreu depois que testou positivo para o coronavírus.

Ela disse que os sintomas iniciais foram queda de pressão, febre. “Achei que ainda eram sintomas de dengue porque havia pegado dias antes. A diferença foi a tosse e a coceira na garganta, que achei que fosse pelo tempo seco da época, em maio. Só procurei o médico quando perdi o olfato”, relatou.

Apesar de apresentar todos os sintomas, o resultado do exame deu negativo. “Várias pessoas da minha família testaram positivo, inclusive meu marido. Mas meu exame não deu. E só pegaram porque demoramos a descobrir que era Covid. Nosso medo era que os mais velhos da família não se recuperassem”.

A pior fase na opinião dela foi o isolamento e o tratamento das pessoas mesmo depois da alta médica.

Como sequela, Joana* disse que adquiriu uma gastrite muito forte que acarretou um refluxo, além de dor no calcanhar que começou logo após contrair o vírus.

“Mesmo com todos os cuidados podemos pegar o vírus e nunca se sabe como ele vai reagir no organismo. Então vacinem assim que puder!”, finalizou.

DIAGNÓSTICO ERRADO

“Logo que senti dor atrás dos olhos, cansaço, indisposição e mal estar severos, procurei o médico que diagnosticou sinusite. Me passou uma medicação, não melhorei e tive que voltar ao hospital”, comentou Márcia*, 40 anos. Só com o resultado do exame em mãos é que caiu a ficha e levou um susto. “O nosso maior medo era passar mal, piorar e precisar ser internado. Graças a Deus conseguimos recuperar bem em casa mesmo. Foram 14 longos dias”. O marido também foi contaminado.

Ela conta que só no 11º dia após os primeiros sintomas é que começou a sentir uma melhora, mas que o mal estar é algo fora do normal. “Após a recuperação fiquei  com uma dor de cabeça estranha que não é a dor de cabeça normal, uma dor que vai e volta .Mas estou percebendo  que dia a dia vem melhorando.  Logo que possível quero tomar a vacina sem falta!”

“Por mais que tenhamos cuidado a gente só acredita quando chega na casa da gente e sabe do tamanho da  preocupação que é. Por isso digo: Façam sua parte, façam por você  e façam pelas pessoas que você ama”.

*nome fictício 




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