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FALECE SIRAJI KIREJIAN (SURARPE) A REMANESCENTE DOS IMIGRANTES ARMÊNIOS EM GUAXUPÉ

Publicado sexta, 11 de junho de 2021





Com a morte de Siraji Kirejian, a tão conhecida e popular Surarpe, 96 anos, ocorrida na última quinta-feira, 10 de junho, perde Guaxupé a última imigrante armênia radicada na cidade, além de uma de suas mais autênticas servidoras, e a sociedade uma dama cuja vida foi das mais edificantes com atos de lealdade, de bondade e de atitudes.

 Com os percalços da idade, ela sofreu uma fatura do fêmur; uma cirurgia estava prevista para acontecer ainda hoje, 11 de junho, porém seu estado clínico de agravou, vindo a óbito. 

Ela nasceu na Armênia em 25 de julho de 1925, filha de Panus e de Dona Arica Kirejian.

Em 1915 os turcos de origem muçulmana invadiram a Armênia, cuja maioria da população era cristã e que professava a religião Católica Apostólica Ortodoxa. Por motivos religiosos os armênios eram massacrados pelos invasores muçulmanos. Os que não conseguiram se refugiar em países vizinhos acabaram sendo dizimados.

Foram nestas circunstâncias que Panus e Arica Kirejian e os filhos Artur e Surarpe, ambos nascidos na Armênia, se refugiaram na Síria e, posteriormente imigraram para o Brasil, se radicando em Guaxupé, onde nasceram mais dois filhos do casal Antranick (Toninho) e Moisés.

Recém-chegada ao Brasil, a família instalou-se em São Paulo Capital. Naquela época os armênios costumavam se reunir naquela cidade, na Rua Pajé. Através do patrício Michel Kidekian é que as famílias de Panus e de Jacob Jundurian se entrosaram.

O auge do preço do café na década de 1920 incentivou a vinda das três famílias para Guaxupé. Michel permaneceu com a “Casa Barateira”, por alguns anos na cidade, retornando a São Paulo, onde faleceu.

Assim permaneceram em Guaxupé as outras duas famílias, que contribuíram e contribuem para o progresso e desenvolvimento da terra que eles adotaram.

Panus adquiriu o “Bar Guarany”, então localizado na Avenida Conde Ribeiro do Valle, em frente ao Coreto, estabelecimento comercial onde havia sido assassinado Arthur Cruz, conquistando grande clientela, que sempre o respeitaram e o admiraram. Posteriormente ele

transferiu o bar para o chamado “Alto da Estação”, até que se aposentou definitivamente.

Dos quatro filhos do casal, Panus e Dona Arica, apenas Antranick deixou descendentes.

Surarpe, como ela era mais conhecida, foi uma mulher de excelente formação, imprimiu ao seu lar os princípios de sua fé e orientou a sua vida por um ideal de trabalho de que jamais se apartou. Fez-se estimada por todos os que a conheceram não só pelas suas virtudes, como pela sua bondade.    

O seu sepultamento está previsto para acontecer nesta sexta-feira, 11, no cemitério da Praça da Saudade.

À família enlutada as condolências do jornal Correio Sudoeste.

Wilson Ferraz




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