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A MAIOR DECEPÇÃO VEM SEMPRE DA RELIGIÃO

Publicado segunda, 26 de julho de 2021





A maior decepção vem sempre da Religião.

Por quê?

Porque a expectativa que se atribui aos religiosos é grande demais.

Pelo fato de uma pessoa estar formalmente vinculada à uma instituição religiosa, espera-se dela uma atitude santa - o tempo todo. Espera-se dela exímia congruência.

No altar, o comportamento é polido... Bom, nem sempre. Até mesmo ainda lá, do lugar sagrado, olhares preconceituosos dos "engomadinhos" podem ser apontados para alguém ou alguns que eles, os eleitos, consideram não ser dignos de estar ali.

Não raro, atitudes de incoerência começa desses "eleitos" mesmo. Mas repito: é pelo excesso de expectativa lançada a eles. Ou seja, uma ilusão, uma fantasia criada na cabecinha dos demais membros da igreja.

Lá no altar, os eleitos se parecem santinhos. No mundão, fazem o contrário,  falam o contrário. Pronto. Encrenca feita.

No fundo, não faz muito sentido esperar demais de alguém que veste panos bonitos. Roupa não tem poder nenhum. Tecidos não modificam o comportamento de ninguém.

O jovem beato Carlo Acutis disse algo bastante real: "Falar mal da Igreja é falar mal de nós mesmos."

É verdade, ao menos para os cristãos... Afinal, os fiéis são a própria Igreja.

Outra coisa: Ser humano não é anjo. Anjo é um ser perfeito. Ser humano não - foi feito apenas à imagem e semelhança de Deus. Gente é gente. Cada indivíduo possui virtudes e imperfeições. Nossa... Isso é tão óbvio, isso é tão evidente pra todos, que nem precisaria escrever... não é?

Não é fácil pra ninguém manter-se emocionalmente equilibrado. Nosso psiquismo é dinâmico e influenciável. Nos desequilibramos facilmente.

Infelizmente tem outro detalhe que muitos se esquecem, ou negam: Somos mamíferos! Isso mesmo: mamíferos! Nosso comportamento padrão é de mamífero. Delimitamos territórios, e quem "invade" é encarado como ameaça. Daí aparecem os dentes, as garras e as guerras...

Compreende?

Voltando à conduta religiosa considerada decepcionante: 

Jesus Cristo foi decepcionado na hora em que mais precisou dos discípulos. Judas o traiu. Pedro o negou. Os demais também "picaram a mula", como se diz aqui em Minas.

Jesus ficou sozinho. Junto dele o tempo todo, somente sua santa Mãe... e Madalena. E depois, o amado João.

Portanto, se falar mal da Igreja é falar mal de nós mesmos, críticas explosivas carregadas de ódio não fazem nenhum sentido.

O que continua fazendo todo o sentido é a orientação de Jesus: Hipócrita! Antes de apontar o cisco no olho do seu irmão, retire a trave do seu próprio olho.

Sigmund Freud chamou isso de projeção, um mecanismo de defesa pra aliviar ansiedade: coloco em você aquilo que nego em mim.

Faz sentido? Nenhum.

O que faz sentido é o exame de consciência que cada um precisa fazer diariamente sobre si mesmo. Se estiver limpo, poderá sim denunciar, criticar, alertar. Mas se estiver sujo, será apenas o sujo falando do mal lavado.

Rodrigo Fernando Ribeiro

CRP-04/26033


COLUNISTA
Rodrigo Fernando Ribeiro
Psicólogo - CRP-04/26033
(Contato: 35 9 8875-5030)


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