Publicado terça, 26 de abril de 2022
O número crescente de registros de furtos de cabos de cobre próximo a unidades da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) tem impactado o abastecimento de água em Minas Gerais. No final de março, a empresa registrou três ocorrências do tipo nas imediações de duas de suas unidades na Região Metropolitana de Belo Horizonte, deixando vários bairros da capital mineira e também de Esmeraldas e Ribeirão das Neves sem água até o restabelecimento da energia nos locais atingidos.
Nos últimos 12 meses, entre março de 2021 e março deste ano, a Copasa registrou 104 ocorrências de furtos de cabos de cobre em Minas, sendo a maior parte nas regiões metropolitana de BH, Central e Sul do Estado. Quase metade desses registros (45%) gerou, como consequência, a falta de água aos consumidores de algumas dessas regiões. Isso porque as unidades de abastecimento da Copasa ficam sem energia, o que impede o bombeamento de água até a população.
Segundo o gerente da Unidade de Controle Operacional da Copasa, Rodrigo Ferreira Coimbra e Silva, um levantamento feito pela empresa aponta para um crescimento de 28% na média de ocorrências mensais de furtos de cabos em 2022. “No ano passado, a gente tinha uma média de nove furtos por mês e agora, neste início de ano, estamos com uma média de 11,6 furtos de cabos por mês”, explicou.
Além do prejuízo ao abastecimento de água, o crime também onera os cofres da companhia. Nos últimos 12 meses, a Copasa gastou aproximadamente R$ 2 milhões para reparar os danos provocados à empresa e restabelecer a energia nas redes de abastecimento e unidades de bombeamento.
Para coibir esse tipo de crime, a Copasa tem ampliado a vigilância eletrônica de suas áreas. Também mantém uma parceria junto à Polícia Civil para auxiliar no trabalho de investigação que visa desvendar os receptadores de cabos de cobre no estado.
Outros casos
Além da Copasa, outras empresas públicas e privadas têm sofrido com o furto de fios de cobre. A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) informou que, entre 2019 e 2021, teve cerca de 20 quilômetros de cabos de cobre da sua rede subterrânea furtados no hipercentro de Belo Horizonte - causando um prejuízo de aproximadamente R$ 3,3 milhões.
Já a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) informou que, entre 1/3/2021 e 28/2/2022, registrou 57 furtos de cabos ao longo das vias da empresa, sendo as regiões mais afetadas as das estações Lagoinha, Central, Calafate, Minas Shopping e São Gabriel. Ao todo, os furtos e roubos provocaram 368 atrasos e 43 cancelamentos de viagens do metrô da capital.
O crime também impacta as empresas de telefonia. Segundo dados da Conexis Brasil Digital (que reúne as empresas de telecomunicações e de conectividade), em 2020 as operadoras registraram 201 mil metros de cabos furtados ou roubados em Minas. Os dados de 2021 por Estado ainda não foram consolidados, mas até o primeiro semestre do ano passado apontavam para um crescimento dos crimes em 14,5% a nível nacional.