Publicado segunda, 25 de março de 2024
No final da tarde de sexta-feira, dia 22, alunas adolescentes da escola estadual Eduardo Senedese, em Juruaia, procuraram a direção da escola depois de passarem por uma situação constrangedora envolvendo um professor de 65 anos, residente em Guaranésia.
Conforme Boletim de Ocorrência, algumas alunas disseram à diretora que durante as aulas, foram até a mesa do professor tentar tirar dúvidas da matéria e acabaram sofrendo uma importunação sexual. Ele teria passado a mão nos seios de algumas delas, de idades entre 11 a 12 anos. O fato se repetiu outras vezes e as alunas resolveram se unir e denunciar o professor, que foi recentemente contrato naquela escola.
Ainda na sexta-feira, uma mãe ao buscar a filha percebeu que ela estava emotiva, chorando muito. A menina então contou o ocorrido e a mãe voltou na escola, procurando a diretora para esclarecimentos.
Na escola, outras mães apareceram relatando a mesma situação que suas filhas passaram com o professor, tendo outras alunas presenciado o abuso.
Na versão da diretora, ela afirmou ter chamado o professor para esclarecer os fatos, tendo ele negado e dizendo que era mentira das adolescentes, que não estariam gostando de suas aulas. Com a chegada das mães revoltadas, a diretora ‘não conseguiu concluir a conversa com o professor’, que foi embora da escola, antes mesmo de ser acionado o Conselho Tutelar ou a polícia. Disse ainda em seu depoimento que tomou as medidas que lhe eram cabíveis, como relatar o fato em ata e que os pais procurassem a polícia para registro de boletim de ocorrência.
Nesta segunda-feira, uma reunião com os pais das alunas vai acontecer na escola com a diretora. Os responsáveis pelas adolescentes esperam uma punição severa ao professor.
A mãe de uma das adolescentes vítima da importunação procurou o CORREIO SUDOESTE relatando que esperava mais apoio tanto da escola quanto das autoridades.
“Muitas mães estão tristes porque pensam que não haverá punição para o responsável do caso e a quem omitiu dar segurança às alunas quando elas mais precisavam”, relatou. “As meninas estão com medo e vergonha de voltar à escola e nós, responsáveis, também não temos mais confiança enquanto esse homem estiver frequentando lá”.
“Fazem tantas campanhas de conscientização, de apoio, para denunciar esses abusadores, mas quando acontece um fato assim, muitos viram as costas e fingem que nada aconteceu. Não podemos deixar que isso continue acontecendo. Hoje foi um abuso, uma passada de mão...amanhã pode ser algo muito pior”, desabafou uma mãe.
Em contato com o Delegado de Muzambinho, Adnan Cassiano Grava, ele informou que as investigações tiveram início para apuração dos fatos: “iremos ouvir as mães das crianças, a diretora da escola, o próprio professor. Por se tratar de menores de idade, as alunas tem que prestar depoimento especial, em uma sede judicial”, explicou.
Sobre o receio dos pais, de não haver punição caso se confirme a oportunação, o delegado foi categórico: “leva um tempo para ouvir os depoimentos até o perfeito esclarecimento do caso e, principalmente, eventual prisão ou outras medidas. Encaminhei um ofício para a direção da escola afastar preventivamente o professor de suas atividades, até mesmo como forma de garantir a sua integridade física”.