Publicado terça, 02 de setembro de 2025
Aconteceu na última segunda-feira, 1º de setembro, no Teatro Municipal Arlete de Souza Mendes, a solenidade de entrega da “Comenda Professor Antônio Grecco”.
A honraria foi instituída no ano de 2018, pela lei municipal nº 2.602, em comemoração ao Dia do Profissional de Educação Física, para agraciar aqueles que contribuem ou contribuíram de maneira significativa com o esporte local.
Durante a solenidade foram agraciadas cinco personalidades de destaque e prestada homenagem póstuma à memória de três grandes figuras que deixaram seus respectivos nomes ligados à história do esporte.
A mesa que presidiu os trabalhos foi composta pelas seguintes autoridades: o prefeito e a vice, Jarbas Corrêa Filho e Renata Valéria Rocha Fernandes, respectivamente; pelo secretário municipal de Cultura, Cassiano da Silva; diretor municipal de esportes, Murilo Charallo Gallate, pelo ex-prefeito, Heber Hamilton Quintella; e pela representante da Família Grecco, senhora Maria de Fátima Grecco.
Homenageados
As cinco personalidades agraciadas naquela oportunidade foram: Anderson Vergílio Sabbag Scagliusi, Grupo Eternal Breaking de Hip Hop, Luiz Antônio Ferreira (Luiz da Capoeira); José Escarassatti Filho (Zé Cabeção); e José Roberto Calicchio. Já as homenagens póstumas foram em memória de Francisco Soares de Andrade, o saudoso Bucaina; de José Douglas Dallora e a Luiz Carlos Leite, o também saudoso Luizão da Esportiva.
Anderson Sabbag
Anderson Vergílio Sabbag Scagliusi nasceu em Guaxupé, em 26 de julho de 1983. Desde menino, já demonstrava apreço pelo esporte, iniciando seus treinos de futebol no campo da Assoxupé e, posteriormente, no Ginásio Poliesportivo.
Na juventude, participou de diversos campeonatos, entre eles o JOJU, a Taça EPTV, entre outros, chegando inclusive a treinar no time profissional da Sociedade Esportiva Guaxupé.
Durante dez anos, dedicou-se ao Hapkido, conquistando o título de campeão estadual e, em 2007, o de campeão brasileiro.
Também atuou no Muay Thai, no boxe e no universo fitness, tendo treinado ao lado de grandes atletas como Jon Jones, José Aldo, Minotauro e Wanderlei Silva.
Mais recentemente, passou a se dedicar ao tiro esportivo, no Clube Asmite, da vizinha cidade de Muzambinho, onde já conquistou o bicampeonato.
Grupo Eternal Breaking de Hip Hop
O grupo é representado por Gilson Roberto Ribeiro e Everaldo Reis Pinto Júnior. Gilson é natural de Guaranésia e nasceu em 10 de julho de 1976. Sua trajetória teve início em 1996, com o “Passinho”, um estilo de dança de rua típico das periferias.
A partir de 1998, passou a se dedicar ao Rap e, no ano seguinte, à capoeira. Assim, ele, juntamente com os amigos Amarildo, Juninho, Carneiro, Nenê, Canguru, Fumaça e Sebastião, formou o grupo “The Boys Black Mix”.
Em 2002, transferiu-se para Tangará da Serra, no Mato Grosso, onde implantou o grupo “Fatal Breaking”.
No ano de 2006, retornou a Guaxupé, onde promoveu mais de 40 eventos de Hip Hop e conquistou mais de 20 troféus.
Everaldo Reis Pinto Júnior, o Juninho, nasceu em Guaxupé em 26 de janeiro de 1981. Aos 13 anos de idade, iniciou-se na capoeira, no grupo “Filhos da Bahia”.
Em 2001, promoveu a primeira Domingueira Hip Hop, na Casa da Cultura, reunindo mais de 100 pessoas. Juninho também atuou como professor de Hip Hop em diversas escolas locais.
Luiz Antônio Ferreira
Luiz nasceu em Guaxupé, em 5 de agosto de 1963, e desde a infância já manifestava gosto pelos esportes. Aos 10 anos de idade, iniciou-se no karatê com o professor “Chevrolet” e em uma roda de capoeira conduzida pelo professor Maurício Pelé.
Posteriormente, Luiz transferiu-se para a capital paulista, onde passou a morar em frente a uma academia de capoeira.
Em São Paulo, no ano de 1981, aos 19 anos de idade, conquistou a graduação de professor de capoeira. Sua última apresentação naquela cidade ocorreu no ano seguinte.
Ao retornar a Guaxupé, continuou ministrando aulas de capoeira, inicialmente no quintal de sua casa e, posteriormente, em um barracão localizado na Rua d’Aparecida.
Em 1991, passou a ministrar aulas de capoeira no “Projeto Criança”, no bairro Colmeia, atendendo cerca de 200 alunos.
Ao longo dos anos, expandiu sua atuação: em 2005, passou a ministrar aulas de capoeira no antigo Parque de Exposições Dr. Geraldo de Souza Ribeiro e, posteriormente, na instituição “Pró Carente”, onde permanece até os dias atuais.
Além da capoeira, Luiz vem atuando como coordenador dos Comissários de Menores da Comarca de Guaxupé, prestando relevantes serviços à comunidade e sendo condecorado por diversas vezes.
José Escarassatti Filho
Zé Cabeção, como é mais conhecido, ingressou nos esportes aos 10 anos de idade, no hoje extinto Clube Operário. No ano seguinte, iniciou na escolinha de futebol do saudoso professor Antônio Greco, atuando como lateral-direito.
Aos 17 anos, já jogava como goleiro de handebol nos jogos estudantis. Entre os 19 e 22 anos, participou como aspirante da Sociedade Esportiva Guaxupé.
A partir de 1983, passou a atuar na arbitragem de jogos de futebol, “apitando” treinos e campeonatos locais.
Em 2000, assumiu o cargo de coordenador de arbitragem do Guaxupé Country Clube. A partir de 2009, passou a integrar a equipe de funcionários do clube, onde permanece até hoje como árbitro, treinador, organizador de eventos e responsável pelos treinos de futebol.
José Roberto Calicchio
Natural de Guaxupé, José Roberto nasceu em 19 de janeiro de 1949. Na juventude, no início da década de 1960, participou do Clube Azas, então localizado na Vila Coragem e fundado pelo saudoso Nego Del Corsi, com diversas modalidades esportivas.
Alguns anos depois, atuou como professor de Educação Física no Colégio Estadual de Guaxupé, atual Escola Dr. Benedito Leite Ribeiro.
Posteriormente, foi convidado pelo guaxupeano José Douglas Dallora, então diretor do São Paulo Futebol Clube, para atuar como preparador físico daquela agremiação, ocupando funções de destaque e responsabilidade no clube.
Entre os anos de 1995 e 1997, em Guaxupé, assumiu a Divisão Municipal de Esportes, coordenando projetos como os Jogos da AMOG, os jogos estudantis, entre outros.
Mais tarde, retornou a São Paulo, onde passou a coordenar as escolas oficiais de futebol do São Paulo Futebol Clube.
Francisco Soares, o Bucaina
Nascido em Guaxupé, em 3 de dezembro de 1940, Francisco Soares de Andrade, o saudoso Bucaina, dedicou sua vida ao esporte, à educação e ao serviço público municipal.
Aos 12 anos de idade, iniciou-se nas categorias de base da Sociedade Esportiva Guaxupé. Aos 16, passou a integrar a equipe principal daquela agremiação, permanecendo até a década de 1970 como lateral-esquerdo.
Seu vínculo com a Sociedade Esportiva sempre foi uma constante. Entre os anos de 1998 e 1999, foi auxiliar técnico de José Áccula na equipe profissional e, no mesmo período, comandou as categorias de base, obtendo grandes resultados.
Por mais de 40 anos, atuou como professor nas escolas Polivalente, Academia de Comércio São José e Escola Profissional Nossa Senhora Aparecida.
Francisco faleceu em 1º de setembro de 2023, deixando um grande legado.
José Douglas Dallora
Nascido em Guaxupé, em 20 de março de 1936, José Douglas Dallora graduou-se em Odontologia e, posteriormente, transferiu-se para a capital paulista, onde iniciou uma trajetória acadêmica brilhante.
Trabalhou por mais de 40 anos na UNISA — Universidade de Santo Amaro — onde exerceu os cargos de professor, pró-reitor acadêmico, vice-reitor e reitor, sendo agraciado com o título de Doutor Honoris Causa.
Em 1961, tornou-se sócio do São Paulo Futebol Clube, atuando como diretor de futebol, vice-presidente e presidente da agremiação entre os anos de 1982 e 1984.
Contribuiu significativamente com a Sociedade Esportiva Guaxupé, cedendo, por empréstimo, jogadores do São Paulo para atuarem na equipe guaxupeana.
José Douglas faleceu em 18 de fevereiro de 2024, aos 87 anos de idade, deixando um legado de dedicação ao ensino e ao esporte.
Luizão da Esportiva
Luiz Carlos Leite era natural de Andradina, SP, e nasceu em 3 de dezembro de 1956. Após casar-se com a guaxupena Izabel e deixar o cargo de bancário, transferiu-se para Guaxupé, onde passou a atuar na área de esportes.
Em 1998, após ser aprovado em concurso público, passou a trabalhar na manutenção e condução dos campos de futebol. A partir de 2001, tornou-se zelador do Estádio Carlos Costa Monteiro, cuidando de cada detalhe — sob sol ou chuva, de domingo a domingo.
Faleceu em 10 de março de 2024, no Estádio Carlos Costa Monteiro, ao final de mais um dia de trabalho, vítima de um violento enfarte.