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Falecimento – Maria da Conceição Ribeiro (Santuca)

Publicado segunda, 09 de março de 2020





A população guaxupeana recebeu com profundo pesar a notícia do falecimento de Maria da Conceição Ribeiro, a tão popular e conhecida Santuca, ocorrido no último sábado, 7.

No magistério que ela ilustrou com sua capacidade, enobreceu com seu ideal. Ainda há discípulos que a recordam comovidos. Em todos os círculos sociais, sobretudo naquelas esferas onde a sua atuação foi uma constante afirmação de bondade e de colaboração, sente-se o vazio que o seu desaparecimento abriu.

Oradora fluente e de palavras fáceis, era a escolhida para, em primorosos discursos, interpretar os sentimentos do povo nos momentos culminantes de sua vida e da cidade.

Bem se justifica esse pesar, porque a hoje extinta deixou traços marcantes de sua atuação nesta cidade, que como professora e posteriormente como diretora do Grupo Escolar Delfim Moreira, educou e orientou centenas de crianças com uma formação cívica e moral à altura de sua sociedade.

Em 1964, época das grandes convulsões sociais, a jovem professora assumiu a direção do Grupo Escolar Delfim Moreira, sucedendo a então diretora, a saudosa Tereza Buffoni. Anos difíceis aqueles em que a jovem diretora, que alçou o cargo através de concurso público, teve que conviver com os resquícios das nomeações através de apadrinhamento político. Só nós, ex-alunos daquela escola, sabemos das dificuldades enfrentadas por ela. Porém Santuca com lhaneza e afabilidade de trato, aliadas à sua grande soma de virtudes morais e intelectuais conseguiu superar as dificuldades.

Pela sua cultura, pelos seus conhecimentos científicos, ela impôs-se nos meios intelectuais, o que lhe valeu uma série de títulos os mais honrosos, projetando-a muito merecidamente.

Justa e boa, educada nos mais sadios princípios de religião Católica, tinha para com o seu semelhante aquele amor de que fala o Divino Mestre, portanto nunca de seus lábios partiu uma palavra de blasfêmia.

Santuca, além dos irmãos: Ássima, Nagib Thomáz, o saudoso Buchanca, Nadim e Lula e mais 11 primos, nos primeiros anos de vida, viveram sob a égide e o teto dos tios Salomão Thomáz e Tita Ribeiro.

Dona Tita foi criatura eleita, só conheceu o bem e o praticou em todos os dias de sua vida, já como esposa deu ao lar aquela nobreza que só os que embelezam a vida com as virtudes podem dar. Não recebeu de Deus a virtude de ser mãe biológica de seus filhos, mas recebeu da Espiritualidade Superior as mercês de ser uma mãe que teceu com carinho e zelo, a vida de seus 16 filhos adotivos, num clima de verdadeira fraternidade no espírito cristão.

Foi nestas circunstâncias que Santuca encarnou um ideal cristão com as forças de uma fé que foi a sua constante inspiração. Se sofreu, ficou no silêncio da resignação a sua dor. Feliz ela repartiu, generosamente no lar, com seus 15 “irmãos” e com os que a cercavam a alegria que poderia ser somente sua. Foi assim, a mulher forte que sempre fez do amor a sua fortaleza e tudo conquistou, estima, afeto, respeito e admiração pela beleza com que viveu a vida.

Ela era solteira, nunca se casou, e também não deixou descendentes.

Por muitos anos foi colaboradora do CORREIO SUDOESTE, escrevendo a coluna social que naquele tempo era apenas texto. Era um grande sucesso. 

Seu corpo foi velado no Velório Municipal e sepultado naquele mesmo dia, no Cemitério Parque Alto da Colina com grande acompanhamento como uma homenagem póstuma do grande círculo de amizades que conquistou em vida.

À família enlutada as condolências do jornal Correio Sudoeste.

 

Homenagem da historiadora Maria Luiza Lemos Brasileiro e de seu marido Wilson Ferraz    




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